“Etanol é sempre a melhor escolha em Mato Grosso”

Apesar do aumento no preço dos combustíveis nas bombas, o etanol é sempre mais vantajoso em Mato Grosso. A informação é do diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Bioenergia do Estado de Mato Grosso – SINDALCOOL/MT, Jorge dos Santos.

“Em termos de preço, Mato Grosso só perde para São Paulo, e o etanol no estado mantém a paridade com a gasolina abaixo de 70% há mais de dez anos”, explicou. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, o biocombustível é o mais competitivo em todo Brasil. Na semana de 07 a 13 de fevereiro, o álcool chegou a ser oferecido a R$ 3,077 e preço médio de R$ 3,299 em Cuiabá.

Santos explicou que, em média, o motorista tem uma economia de R$ 75 por tanque em relação à gasolina. Além disso, o combustível renovável, feito a partir da cana-de-açúcar e do milho, reduz em 80% os impactos ambientais gerados pela gasolina e em 90% pelo diesel.

Já sobre os valores cobrados nas bombas, Jorge dos Santos explicou que é uma questão da política econômica e não da produção. Mato Grosso produziu na última safra 3,5 bilhões de litros de etanol e o consumo no estado ficou em 916 milhões de litros no ano passado e 1 bilhão de litros em 2019. “Para vender os 2,5 bilhões de litros restantes dependemos de logística”, comentou.

Santos ilustrou com o exemplo do estado do Pará, que comprou 90 milhões de litros de etanol no ano passado, o que seria inviável se a rodovia BR-163 não tivesse sido melhorada. O combustível sai da usina custando R$ 2,77 o litro, já incluído 12,5% de ICMS e R$ 0,13 de PIS/Cofins. As distribuidoras pagam mais R$ 0,11 de tributação mais os custos de transporte, que aumenta conforme a distância. Já a margem de lucro dos postos não pode ultrapassar a 20%.

“O custo do hectare para produção de etanol é de R$ 7 mil para começar a dar retorno depois de 18 meses, é um investimento muito alto”, explica o diretor do SNDALCOOL-MT. Apesar disso, ele aposta que Mato Grosso será o maior produtor de biocombustíveis, graças à política estadual de apoio à indústria e as melhorias do setor no cultivo das matérias-primas.

O milho gera um subproduto, o grão seco por destilação ou DDG, como é mais conhecido, que é uma alternativa para alimentação do gado. As indústrias de etanol, seja a partir da cana, seja a partir do milho, também produzem energia elétrica.

Entre as agroindústrias, a que mais avançou em termos socioambientais foi a indústria da cana. Com a redução de 90% do uso de água e colheita mecanizada, a cultura mantém, hoje, mais de 10 mil empregos diretos e não é agressiva ao meio ambiente.

Etanol é mais vantajoso, mesmo com queda do preço da gasolina

Mato Grosso sempre foi um dos estados em que o etanol gera mais economia para o consumidor do que a gasolina, isto durante o ano todo. Em seu boletim semanal, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) aponta os estados onde é mais vantajoso abastecer com etanol do que com gasolina, Mato Grosso aparece entre os poucos estados nessa condição ao lado de São Paulo, e algumas vezes de Minas Gerais e Goiás.

Nesta semana, o etanol é vendido, em média, por 62,79% do preço da gasolina, a menor paridade entre os quatro estados na mesma posição de vantagem. Em Goiás chegou a 64,62%, em São Paulo a paridade ficou em 65,04%, e em Minas Gerais chegou a 66,40%.

No entanto, a vantagem pode ser ainda maior, já que a ANP considera a diferença de 70% entre os dois tipos de combustíveis, mas os motores dos novos carros têm demonstrado rendimentos com o biocombustível muito além dos 70%, percentual que foi definido em 2003, quando os motores flex foram lançados.

O benefício em abastecer com etanol torna-se ainda maior quando leva-se em conta a diferença de preço entre o etanol e a gasolina. Hoje, a diferença está em entorno de R$ 1,50, o que representa, em um tanque de 60 litros, uma economia de R$ 90,00, um valor extremamente considerável em tempos de crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus.

A ANP apontou que Mato Grosso é o estado brasileiro com o menor preço médio estadual para o etanol, atingindo a média de R$ 2,49. Além da economia, o etanol oferece outras vantagens sobre os combustíveis fósseis, uma vez que é um combustível mais limpo e que não provoca os indesejados depósitos carboníferos na câmara de combustão”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Bioenergia do Estado de Mato Grosso (SINDALCOOL/MT), Silvio Cezar Pereira Rangel.

O estado é o segundo maior produtor do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. Com uma produção em torno de um bilhão de litros/ano, que deverá dobrar EM 2021, impulsionado pelas usinas de etanol de milho, o setor é um dos que mais geram impostos e empregos no estado, outra vantagem se o consumidor considerar as vantagens econômicas para todo Mato Grosso e sua população.

“Atualmente, o setor gera 10.300 empregos diretos e outros 35 mil indiretos. A geração de impostos diretos e indiretos (consumo via folha de pagamento) é superior a R$ 1 bilhão/ano”, informa o diretor executivo do SINDALCOOL/MT, Jorge dos Santos.

Outra vantagem, é que o etanol reduz em até 80% os efeitos poluentes em relação aos combustíveis fósseis, tornando-o um combustível verde. Isto faz com que os especialistas apontem que o biocombustível seja o mais valorizado nos próximos anos devido às preocupações com o aquecimento global, conforme os combustíveis fósseis deixarem de ser usados. “Nossa melhor opção é ‘Ser do etanol’, pois além de economizar no abastecimento, geramos riquezas em Mato Grosso valorizando o produtor rural de milho e cana-de-açúcar, gerando empregos e impostos para a manutenção dos serviços públicos essenciais, além da grande contribuição ao meio ambiente”, pontua o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco.

Sindalcool doa 200 mil litros de álcool 70% ao Governo de Mato Grosso

Atendendo a um pedido do Governo de Mato Grosso, as indústrias ligadas ao Sindicato das Indústrias de Bioenergia do Estado de Mato Grosso (Sindalcool/MT) estão produzindo álcool 70% para serem distribuídas em áreas emergenciais, com intuito de conter o avanço do Covid-19. O primeiro carregamento, com 15 mil litros em mais de 800 garrafões, foi entregue neste sábado (21), na sede do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, em Cuiabá.

Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindalcool, explicou que a as 12 usinas ligadas ao sindicato, atenderam de imediato a determinação do Governo do Estado. “Todas as associadas se juntaram para doar o álcool 70%, que equivale ao álcool em gel”, explicou. “Como estamos na entressafra, estamos doando o estoque que temos, e mesmo assim atingimos número maior que em outros estados”, concluiu.

Para que todo esse volume chegue para os locais determinados pelo Governo de Mato Grosso, foi feita uma parceria com várias entidades e empresas, como Águas Puríssima, Tintas Maxvinil, Corpo de Bombeiros, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Polícia Militar, entre outros. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar estão auxiliando no carregamento e garantindo a segurança no transporte entre as usinas e o envasamento, que será feito pela Puríssima e pela Maxvinil. A UFMT fará análises para garantir a pureza do produto para serem usados dentro das unidades hospitalares.

“Nós vamos priorizar aqueles profissionais que estão lidando na linha de frente do Coronavírus”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico Cesar Miranda. “Os primeiros 15 mil litros já serão distribuídos hoje para hospitais e para a Polícia Militar e à medida que o restante do álcool for chegando e envasado irá chegar até a população”, complementou.

A primeira remessa emergencial do álcool foi feita em galões doados pela Água Purissima para chegarem mais rapidamente aos hospitais. O secretário ainda destacou que a população precisa evitar o contato social e fazer a lavagem das mãos, que pode ser feita com água e sabão. Já os profissionais da saúde precisam estar constantemente desinfetando as mãos e o álcool em gel ou álcool 70% são fundamentais para garantir mais rapidez nos atendimentos. A operação irá continuar durante a semana, com os carregamentos sendo feito em lotes, mas garantindo que não falte o produto.

O primeiro lote veio da Usina Barralcool, em Barra do Bugres, e o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges, explicou que a operação começou ontem no transporte da carga até Cuiabá. “Hoje vamos garantir a distribuição nos hospitais, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, que estão trabalhando diretamente na prevenção e controle do Covid-19”, destacou.

Para o presidente do Sindalcool/MT, Silvio Rangel, esta ação vai ajudar a minimizar os impactos da pandemia em Mato Grosso. “Cada um de nós tem que fazer a sua parte para ajudar no combate ao coronavírus. Além dessa doação, estamos fazendo um trabalho interno com nossos colaboradores para a prevenção da doença”, pontuou.